Caso queiram montar essa peça entrar em contato com o Núcleo Arame D'Arte de Estudos Teatrais através do email: aramedarte@gmail.com
ELE 4 – Cala a boca.
ELA 4 – Não calo.
ELE 4 – Cala.
ELA 4 – Não calo.
ELE 4 – Eu conto tudo para sua mãe.
ELA 4 – Contar o que?
ELE 4 – Tudo o que a gente fez.
ELA 4 – Não conta.
ELE 4 – Conto.
ELA 4 – Não conta.
ELE 4 – Conto.
ELA 4 – Não conta.
ELA 4 – Conto.
ELA 4 – Então conta.
ELE 4 – Não conto.
ELA 4 – Eu sabia, você é um covarde, é isso que você é: “UM COVARDE”.
ELE 4 – Você está louca.
ELA 4 – Louca é? Então estou... Hei, vocês estão vendo? Eu estou louca, louca, louca... (entram loucos vestidos de médicos e começam a levá-la) Vem, vem que estou louca... Me larguem, me larguem, eu não quero ir... Eu não sou louca... Ele é que é louco... Ele quer que eu vá para o hospício... Me larga, me larga... Me deixa...
CENA 9
Presos no palco.
MULHER DO BÊBADO – (carrega um bebê nos braços) Eu não te agüento mais bebendo. Homi tua filha tem fome, e você gasta tudo em bebida. Eu não agüento mais, eu e minha filha vamos embora... Entendeu? Nós vamos embora.
BÊBADO – Mas eu te amo.
MULHER DO BÊBADO – Mas amor não enche barriga, homi de Deus... Eu estou com fome, fome de vida. (ele tenta abraçá-la) Sai, homi de Deus... (pausa) Eu só fico se ocê parar de beber.
BÊBADO – Eu paro.
MULHER DO BÊBADO – Tu para mesmo?
BÊBADO – Paro.
MULHER DO BÊBADO – Jura?
BÊBADO – Juro.
MULHER DO BÊBADO – Por sua mãe pregada na cruz?
BÊBADO – Juro.
MULHER DO BÊBADO – Então tá. (pega a garrafa das mãos do bêbado e bebe) Me dê cá um gole e vamos beber para comemorar.
CENA 10
Sentados em cadeiras na platéia. São iluminados pelas lanternas dos outros personagens.
VELHO – Todo sonho acabou.
VELHA – Você tem certeza que era hora?
VELHO – Sinceramente não sei.
VELHA – Nunca mais vou ver o sol?
VELHO – Acho que não.
VELHA – Você lembra de quantas vezes a gente ficou vendo o sol nascer? O sol se por?
VELHO – Éramos tão jovens.
VELHA – Você era tão romântico.
VELHO – Você tão linda como hoje...
“A peça questiona os limites da loucura cotidiana, salientando sempre a solidão, principal causa dessa loucura. A hipocrisia humana é encontrada em todos os momentos: entre risos e tristezas, todas as personagens estão perdidas dentro do seu próprio mundo.”
COMO VAI A LOUCURA?
De Alexandre Rodrigues
Todos os personagens estão presos em um sanatório e vestem camisas de força. Alguns estão presos atrás de uma grade que cobre toda a frente do palco, outros estão espalhados pela platéia. A iluminação é composta de velas e lanternas.
CENA 1
HOMEM – (preso no palco, segura uma foice) Bela, tão bela é a morte. Um resto de vida, a saída para o fim. Um coro de anjos e gritos do inferno. Tão longe e tão perto, rápida e lenta, mas apenas fria. Gélida como os sonhos dos miseráveis, presos, da falta de amor, velha amiga da solidão. Busca teu espaço, enterra. Mero funeral, mas é à hora, amanhã tudo será esquecido e passado para traz.
LOUCA 1 – (presa na platéia) Foge, foge enquanto consegue correr...
LOUCA 2 – (presa na platéia) Deus não existe nessa hora...
LOUCA 3 – (presa na platéia) É o dilúvio, foge... Foge, vamos todos morrer afogados...
HOMEM – (presa no palco) De tudo que é dor, seremos o resto, o resto do mundo, e mais nada existirá, nem mesmo “um homem, uma mulher e uma flor”.
LOUCA 3 – (presa na platéia) Os livros estão sendo queimados em praça pública...
LOUCA 1 – (presa na platéia) Todos estão livres, corram... Vocês estão livres...
HOMEM – (presa no palco) Livres para a morte.
LOUCA 2 – (presa na platéia) Deus seja louvado...
HOMEM – (presa no palco) Enfim sós.
CORO – (todos os personagens) SOLIDÃO, SOLIDÃO, SOLIDÃO...
LOUCA 3 – (presa na platéia) O início da loucura, porque toda sorte já foi lançada, tudo será avaliado e distribuído...
LOUCA 2 – (presa na platéia) Em doses de medo e desespero...
LOUCA 1 – (presa na platéia) Escondam todas as crianças...
LOUCA 3 – (presa na platéia) Mulheres na frente...
LOUCA 2 – (presa na platéia) Amém...
CENA 2
Os personagens estão presos na platéia e iluminam o próprio rosto com lanternas.
ELE – Parece que tudo acabou.
ELA – Só sobrou o vazio.
ELE – O fim chegou rápido.
ELA – Como o “fim do primeiro tempo”. Onde foi que você errou?
ELE – Acordei atrasado e não vi o sol nascer.
ELA – Está escuro, tão escuro...
ELE – Acenda a luz.
ELE – Pronto, assim é melhor, agora eu posso ver como você envelheceu.
ELA – Fiz só oitenta e três, mas me sinto muito mais velha.
ELE – Eles foram ao teatro.
ELA – Foram ver TV... Ouve, ouve os pássaros gritando, ouve os mudos cantando, ouve o coro da torcida...
CORO – (todos os personagens) Gol!!!
CENA 3
Estão presos no palco e criam, com cadeiras, dois ambientes parecidos com sala de televisão e tribunal.
MARIDO – Desliga a TV... Eu não agüento mais: futebol, futebol...
ESPOSA – O que será que aconteceu?
MARIDO – O que será que aconteceu?
ESPOSA – O que será?
MARIDO – O que aconteceu?
ESPOSA – Sei lá.
MARIDO – Eu não sei.
ESPOSA – Não fui eu.
MARIDO – Foi você.
ESPOSA – Não foi, juro que não foi...
ADVOGADO – Senhoras e senhores, estamos aqui para acusar está mulher de crime hediondo e exijo senhor juiz que não seja aceito pagamento de fiança.
JUIZ – Ordem, ordem no tribunal... Do que está mulher é acusada?
ADVOGADO – De assistir futebol de segunda á sábado, no horário comercial e jogar aos domingos.
JUIZ – Ordem, ordem... Silêncio... 5, 4, 3, 2, 1... Declaro-a culpada, com direito a um último desejo.
ESPOSA – Fumaça, fumaça, fumaça vermelha, muita fumaça...
CENA 4
Presos na platéia se iluminam com lanternas.
ELA – Essa não é nossa casa.
ELE – Essa é...
ELA – Isso é um buraco.
ELE – Isso é...
ELA – Que horas são?
ELE – Tarde.
ELA – Que horas são?
ELE – Cedo.
ELA – Você não sabe?
ELE – Eu não sei...
ELA – Por que acabou?
ELE – O quê?
ELA – Tudo.
ELA – Era hora...
COMO VAI A LOUCURA?
De Alexandre Rodrigues
Todos os personagens estão presos em um sanatório e vestem camisas de força. Alguns estão presos atrás de uma grade que cobre toda a frente do palco, outros estão espalhados pela platéia. A iluminação é composta de velas e lanternas.
CENA 1
HOMEM – (preso no palco, segura uma foice) Bela, tão bela é a morte. Um resto de vida, a saída para o fim. Um coro de anjos e gritos do inferno. Tão longe e tão perto, rápida e lenta, mas apenas fria. Gélida como os sonhos dos miseráveis, presos, da falta de amor, velha amiga da solidão. Busca teu espaço, enterra. Mero funeral, mas é à hora, amanhã tudo será esquecido e passado para traz.
LOUCA 1 – (presa na platéia) Foge, foge enquanto consegue correr...
LOUCA 2 – (presa na platéia) Deus não existe nessa hora...
LOUCA 3 – (presa na platéia) É o dilúvio, foge... Foge, vamos todos morrer afogados...
HOMEM – (presa no palco) De tudo que é dor, seremos o resto, o resto do mundo, e mais nada existirá, nem mesmo “um homem, uma mulher e uma flor”.
LOUCA 3 – (presa na platéia) Os livros estão sendo queimados em praça pública...
LOUCA 1 – (presa na platéia) Todos estão livres, corram... Vocês estão livres...
HOMEM – (presa no palco) Livres para a morte.
LOUCA 2 – (presa na platéia) Deus seja louvado...
HOMEM – (presa no palco) Enfim sós.
CORO – (todos os personagens) SOLIDÃO, SOLIDÃO, SOLIDÃO...
LOUCA 3 – (presa na platéia) O início da loucura, porque toda sorte já foi lançada, tudo será avaliado e distribuído...
LOUCA 2 – (presa na platéia) Em doses de medo e desespero...
LOUCA 1 – (presa na platéia) Escondam todas as crianças...
LOUCA 3 – (presa na platéia) Mulheres na frente...
LOUCA 2 – (presa na platéia) Amém...
CENA 2
Os personagens estão presos na platéia e iluminam o próprio rosto com lanternas.
ELE – Parece que tudo acabou.
ELA – Só sobrou o vazio.
ELE – O fim chegou rápido.
ELA – Como o “fim do primeiro tempo”. Onde foi que você errou?
ELE – Acordei atrasado e não vi o sol nascer.
ELA – Está escuro, tão escuro...
ELE – Acenda a luz.
ELE – Pronto, assim é melhor, agora eu posso ver como você envelheceu.
ELA – Fiz só oitenta e três, mas me sinto muito mais velha.
ELE – Eles foram ao teatro.
ELA – Foram ver TV... Ouve, ouve os pássaros gritando, ouve os mudos cantando, ouve o coro da torcida...
CORO – (todos os personagens) Gol!!!
CENA 3
Estão presos no palco e criam, com cadeiras, dois ambientes parecidos com sala de televisão e tribunal.
MARIDO – Desliga a TV... Eu não agüento mais: futebol, futebol...
ESPOSA – O que será que aconteceu?
MARIDO – O que será que aconteceu?
ESPOSA – O que será?
MARIDO – O que aconteceu?
ESPOSA – Sei lá.
MARIDO – Eu não sei.
ESPOSA – Não fui eu.
MARIDO – Foi você.
ESPOSA – Não foi, juro que não foi...
ADVOGADO – Senhoras e senhores, estamos aqui para acusar está mulher de crime hediondo e exijo senhor juiz que não seja aceito pagamento de fiança.
JUIZ – Ordem, ordem no tribunal... Do que está mulher é acusada?
ADVOGADO – De assistir futebol de segunda á sábado, no horário comercial e jogar aos domingos.
JUIZ – Ordem, ordem... Silêncio... 5, 4, 3, 2, 1... Declaro-a culpada, com direito a um último desejo.
ESPOSA – Fumaça, fumaça, fumaça vermelha, muita fumaça...
CENA 4
Presos na platéia se iluminam com lanternas.
ELA – Essa não é nossa casa.
ELE – Essa é...
ELA – Isso é um buraco.
ELE – Isso é...
ELA – Que horas são?
ELE – Tarde.
ELA – Que horas são?
ELE – Cedo.
ELA – Você não sabe?
ELE – Eu não sei...
ELA – Por que acabou?
ELE – O quê?
ELA – Tudo.
ELA – Era hora...
CENA 5
Presos no palco.
ELA 2 – (dá uma flor para ele dois) Por que você sempre faz isso?
ELE 2 – (joga a flor no chão e pisa sobre ela repetidas vezes) Você não entende!
ELA 2 – Também você nunca me ensinou...
ELE 2 – Existem coisas que temos que descobrir sozinhos... E essa é uma delas!
ELA 2 – Mas você não devia pisar sobre flores, dizem que elas sentem quando são maltratadas...
ELE 2 – Sabe por que você é tão problemática? Porque você sempre age com a emoção, se às vezes esquecesse esses seus sentimentos hipócritas e usasse mais a razão tenho certeza que você seria muito mais feliz.
ELA 2 – Olha lá uma estrela cadente faça um pedido! “Eu queria que você aprendesse a ser mais humano!” (dá uma nova flor para ele, mas, novamente ele pisa sobre ela) Às vezes os sonhos não se realizam porque somos duros demais para percebê-los.
CENA 6
Anda pela platéia, carregando um candelabro com velas acesas.
MÃE – FILHINHA VEM CÁ, VEM COM A MAMÃE... FILHINHA, MAMÃE ESTÁ AQUI...
CENA 7
Presos no palco sentados sobre pequenos bancos.
ELE 3 – (dando um pequeno presente) Eu trouxe esse presente para você...
ELA 3 – Que lindo, adorei. (dando um pequeno presente) Eu também trouxe um para você .
ELE 3 – (abre e vê que é uma caixa vazia) Que linda essa caixinha.
ELA 3 – Tem a sua cara.
ELE 3 – Eu estava com saudade.
ELA 3 – Eu também.
ELE 3 – E aí, o que fez ontem?
ELA 3 – Nada.
ELE 3 – Nada?!
ELA 3 – Dormi. E você?
ELE 3 – Fiz um monte de coisas, mais o mais importante é que pensei em você.
ELA 3 – Ah... Que legal!
ELE 3 – Legal?! E aí, o que a gente vai fazer hoje?
ELA 3 – Nada.
ELE 3 – Como nada?
ELA 3 – Amanhã tenho que trabalhar, dormir cedo, não vai dar.
ELE 3 – Você também só trabalha e dorme, não pensa em fazer outras coisas?
ELA 3 – Ah é? E quem vai me sustentar, pagar minhas contas? Você, por acaso?
ELE 3 – Então, quando a gente se vê?
ELA 3 – Na sexta.
ELE 3 – Na sexta não dá, que tal amanhã?
ELA 3 – Já disse que não vai dar.
ELE 3 – Por quê? Você não disse que estava com saudades...
ELA 3 – Mas, amanhã não dá.
ELE 3 – Estou achando isso muito estranho, alguma coisa tem aí.
ELA 3 – Sexta.
ELE 3 – Você sabe que não posso, já está perto da apresentação. Amanhã?
ELA 3 – Sexta.
ELE 3 – Sexta eu não posso.
ELA 3 – Então fica com seu ensaio, eu vou embora. (sai)
ELE 3 – Ela volta. (passa um curto espaço de tempo)
ELA 3 – (volta correndo) Desculpa...
ELE 3 – Tudo bem.
ELA 3 – (dando outro presente) Trouxe um presente para você.
ELE 3 – Eu adorei. Vamos sair amanhã.
ELA 3 – Sexta.
ELE 3 – Você está querendo brigar, já disse que sexta tem ensaio... Por que não amanhã?
ELA 3 – Você também só pensa nesse ensaio.
ELE 3 – E você em dormir.
ELA 3 – Sabe de uma coisa? Eu vou embora. (sai)
ELE 3 – Ela volta. (demora um pouco mais que da outra vez)
ELA 3 – (voltando) Desculpa...
ELE 3 – Tudo bem, eu comprei outro presente para você (dando um outro presente).
ELA 3 – Obrigado.
ELE 3 – E aí.
ELA 3 – E aí, o que?
ELE 3 – Que tal amanhã?
ELA 3 – Sexta.
ELE 3 – Sexta, é? E onde você vai me levar?
ELA 3 – Num parquinho perto da minha casa.
ELE 3 – Ah, que legal... Parquinho, né? Interessante, mas já falei que sexta não dá.
ELA 3 – Sabe de uma coisa, eu cansei.
ELE 3 – Eu é que cansei, você nunca tem tempo para mim.
ELA 3 – E você, se você gostasse de mim faltaria a esse ensaio.
ELE 3 – Já disse que não dá.
ELA 3 – Então fique você com esse ensaio que eu vou embora. (sai)
ELE 3 – Ela volta. Ela sempre volta... (passa o tempo) Ela está demorando, mas ela volta... Já vou até preparando o presente, que daqui a pouco ela está aí... Acho que estou bem assim, né? Ela nunca demorou tanto, será que ela não vem...?
CENA 8
Presos na platéia.
Presos no palco.
ELA 2 – (dá uma flor para ele dois) Por que você sempre faz isso?
ELE 2 – (joga a flor no chão e pisa sobre ela repetidas vezes) Você não entende!
ELA 2 – Também você nunca me ensinou...
ELE 2 – Existem coisas que temos que descobrir sozinhos... E essa é uma delas!
ELA 2 – Mas você não devia pisar sobre flores, dizem que elas sentem quando são maltratadas...
ELE 2 – Sabe por que você é tão problemática? Porque você sempre age com a emoção, se às vezes esquecesse esses seus sentimentos hipócritas e usasse mais a razão tenho certeza que você seria muito mais feliz.
ELA 2 – Olha lá uma estrela cadente faça um pedido! “Eu queria que você aprendesse a ser mais humano!” (dá uma nova flor para ele, mas, novamente ele pisa sobre ela) Às vezes os sonhos não se realizam porque somos duros demais para percebê-los.
CENA 6
Anda pela platéia, carregando um candelabro com velas acesas.
MÃE – FILHINHA VEM CÁ, VEM COM A MAMÃE... FILHINHA, MAMÃE ESTÁ AQUI...
CENA 7
Presos no palco sentados sobre pequenos bancos.
ELE 3 – (dando um pequeno presente) Eu trouxe esse presente para você...
ELA 3 – Que lindo, adorei. (dando um pequeno presente) Eu também trouxe um para você .
ELE 3 – (abre e vê que é uma caixa vazia) Que linda essa caixinha.
ELA 3 – Tem a sua cara.
ELE 3 – Eu estava com saudade.
ELA 3 – Eu também.
ELE 3 – E aí, o que fez ontem?
ELA 3 – Nada.
ELE 3 – Nada?!
ELA 3 – Dormi. E você?
ELE 3 – Fiz um monte de coisas, mais o mais importante é que pensei em você.
ELA 3 – Ah... Que legal!
ELE 3 – Legal?! E aí, o que a gente vai fazer hoje?
ELA 3 – Nada.
ELE 3 – Como nada?
ELA 3 – Amanhã tenho que trabalhar, dormir cedo, não vai dar.
ELE 3 – Você também só trabalha e dorme, não pensa em fazer outras coisas?
ELA 3 – Ah é? E quem vai me sustentar, pagar minhas contas? Você, por acaso?
ELE 3 – Então, quando a gente se vê?
ELA 3 – Na sexta.
ELE 3 – Na sexta não dá, que tal amanhã?
ELA 3 – Já disse que não vai dar.
ELE 3 – Por quê? Você não disse que estava com saudades...
ELA 3 – Mas, amanhã não dá.
ELE 3 – Estou achando isso muito estranho, alguma coisa tem aí.
ELA 3 – Sexta.
ELE 3 – Você sabe que não posso, já está perto da apresentação. Amanhã?
ELA 3 – Sexta.
ELE 3 – Sexta eu não posso.
ELA 3 – Então fica com seu ensaio, eu vou embora. (sai)
ELE 3 – Ela volta. (passa um curto espaço de tempo)
ELA 3 – (volta correndo) Desculpa...
ELE 3 – Tudo bem.
ELA 3 – (dando outro presente) Trouxe um presente para você.
ELE 3 – Eu adorei. Vamos sair amanhã.
ELA 3 – Sexta.
ELE 3 – Você está querendo brigar, já disse que sexta tem ensaio... Por que não amanhã?
ELA 3 – Você também só pensa nesse ensaio.
ELE 3 – E você em dormir.
ELA 3 – Sabe de uma coisa? Eu vou embora. (sai)
ELE 3 – Ela volta. (demora um pouco mais que da outra vez)
ELA 3 – (voltando) Desculpa...
ELE 3 – Tudo bem, eu comprei outro presente para você (dando um outro presente).
ELA 3 – Obrigado.
ELE 3 – E aí.
ELA 3 – E aí, o que?
ELE 3 – Que tal amanhã?
ELA 3 – Sexta.
ELE 3 – Sexta, é? E onde você vai me levar?
ELA 3 – Num parquinho perto da minha casa.
ELE 3 – Ah, que legal... Parquinho, né? Interessante, mas já falei que sexta não dá.
ELA 3 – Sabe de uma coisa, eu cansei.
ELE 3 – Eu é que cansei, você nunca tem tempo para mim.
ELA 3 – E você, se você gostasse de mim faltaria a esse ensaio.
ELE 3 – Já disse que não dá.
ELA 3 – Então fique você com esse ensaio que eu vou embora. (sai)
ELE 3 – Ela volta. Ela sempre volta... (passa o tempo) Ela está demorando, mas ela volta... Já vou até preparando o presente, que daqui a pouco ela está aí... Acho que estou bem assim, né? Ela nunca demorou tanto, será que ela não vem...?
CENA 8
Presos na platéia.
ELE 4 – Cala a boca.
ELA 4 – Não calo.
ELE 4 – Cala.
ELA 4 – Não calo.
ELE 4 – Eu conto tudo para sua mãe.
ELA 4 – Contar o que?
ELE 4 – Tudo o que a gente fez.
ELA 4 – Não conta.
ELE 4 – Conto.
ELA 4 – Não conta.
ELE 4 – Conto.
ELA 4 – Não conta.
ELA 4 – Conto.
ELA 4 – Então conta.
ELE 4 – Não conto.
ELA 4 – Eu sabia, você é um covarde, é isso que você é: “UM COVARDE”.
ELE 4 – Você está louca.
ELA 4 – Louca é? Então estou... Hei, vocês estão vendo? Eu estou louca, louca, louca... (entram loucos vestidos de médicos e começam a levá-la) Vem, vem que estou louca... Me larguem, me larguem, eu não quero ir... Eu não sou louca... Ele é que é louco... Ele quer que eu vá para o hospício... Me larga, me larga... Me deixa...
CENA 9
Presos no palco.
MULHER DO BÊBADO – (carrega um bebê nos braços) Eu não te agüento mais bebendo. Homi tua filha tem fome, e você gasta tudo em bebida. Eu não agüento mais, eu e minha filha vamos embora... Entendeu? Nós vamos embora.
BÊBADO – Mas eu te amo.
MULHER DO BÊBADO – Mas amor não enche barriga, homi de Deus... Eu estou com fome, fome de vida. (ele tenta abraçá-la) Sai, homi de Deus... (pausa) Eu só fico se ocê parar de beber.
BÊBADO – Eu paro.
MULHER DO BÊBADO – Tu para mesmo?
BÊBADO – Paro.
MULHER DO BÊBADO – Jura?
BÊBADO – Juro.
MULHER DO BÊBADO – Por sua mãe pregada na cruz?
BÊBADO – Juro.
MULHER DO BÊBADO – Então tá. (pega a garrafa das mãos do bêbado e bebe) Me dê cá um gole e vamos beber para comemorar.
CENA 10
Sentados em cadeiras na platéia. São iluminados pelas lanternas dos outros personagens.
VELHO – Todo sonho acabou.
VELHA – Você tem certeza que era hora?
VELHO – Sinceramente não sei.
VELHA – Nunca mais vou ver o sol?
VELHO – Acho que não.
VELHA – Você lembra de quantas vezes a gente ficou vendo o sol nascer? O sol se por?
VELHO – Éramos tão jovens.
VELHA – Você era tão romântico.
VELHO – Você tão linda como hoje...
CENA 11
Anda pela platéia, carregando um candelabro com velas acesas.
MÃE – FILHINHA VEM, A MÃE TE AMA FILHINHA...
CENA 12
Presos no palco. Estão deitados como se estivessem em uma cama.
NAMORADO – Shiu! Você consegue ouvir?
NAMORADA – Parece ser o canto da cotovia.
PAI – (entra) O que significa isso?
NAMORADA – Não pai, não pai... Não é nada do que o senhor está pensando pai... Eu e o Marcos, somos apenas amigos.
PAI – Lógico... Lógico...
NAMORADA – Que bom que o senhor entendeu pai...
NAMORADO – O senhor até me deixou assustado...
PAI – Vão casar, vocês vão casar, seus vagabundos, envergonhar meu nome, nunca...
CENA 13
Sentados em cadeiras na platéia. São iluminados pelas lanternas dos outros personagens.
VELHO – Acabou o sonho, acabou...
CORO – (todos os personagens) ACABOU O ARROZ, ACABOU O FEIJÃO, ACABOU... ACABOU, ACABOU TUDO.
Anda pela platéia, carregando um candelabro com velas acesas.
MÃE – FILHINHA VEM, A MÃE TE AMA FILHINHA...
CENA 12
Presos no palco. Estão deitados como se estivessem em uma cama.
NAMORADO – Shiu! Você consegue ouvir?
NAMORADA – Parece ser o canto da cotovia.
PAI – (entra) O que significa isso?
NAMORADA – Não pai, não pai... Não é nada do que o senhor está pensando pai... Eu e o Marcos, somos apenas amigos.
PAI – Lógico... Lógico...
NAMORADA – Que bom que o senhor entendeu pai...
NAMORADO – O senhor até me deixou assustado...
PAI – Vão casar, vocês vão casar, seus vagabundos, envergonhar meu nome, nunca...
CENA 13
Sentados em cadeiras na platéia. São iluminados pelas lanternas dos outros personagens.
VELHO – Acabou o sonho, acabou...
CORO – (todos os personagens) ACABOU O ARROZ, ACABOU O FEIJÃO, ACABOU... ACABOU, ACABOU TUDO.
CENA 14
JUIZ – (preso no palco) Um minuto de silêncio, logo irão pregá-la na cruz...
FOFOQUEIRA1 – (presa na platéia) Do que ela é culpada?
FOFOQUEIRA2 – (presa na platéia) Sei lá.
FOFOQUEIRA1 – (presa na platéia) Só sei que deve ser horrível...
FOFOQUEIRA 2 – (presa na platéia) Para ela ser condenada, coitada...
ESPOSA – (presa no palco, girando) Fumaça, fumaça, fumaça vermelha, fumaça.
JUIZ – (preso no palco) Então, qual é seu último desejo?
ESPOSA – (presa no palco) Voar, voar... Poder ver o mundo de cima, sentir o vento tocar meu rosto, voar como urubus em noite de festa, voar, voar e bater asas...
CENA 15
Presos na platéia.
PADRE – Então, se tem alguém que queira declarar alguma coisa para impedir esta comunhão de bens que fale agora ou...
AMANTE (homem) – (levanta no meio do público) Eu tenho...
CORO – (todos os personagens) OH...
PADRE – Pois não, pode falar...
AMANTE (homem) – Essa mulher é mãe do meu filho...
CORO – (todos os personagens) OH...
AMANTE (homem) – É isso mesmo, estou de oito meses... Essa cachorra me deixou prenho, eu mais meu irmão, ele também está grávido de seis meses.
CORO – (todos os personagens) OH...
NOIVA – É mentira... É tudo mentira...
CORO – (todos os personagens) OH...
NOIVA – Eu posso provar...
CORO – (todos os personagens) AH...
PADRE – O que você explica disso, D. Maria? Vamos lá, então prove?
CENA 16
Presos no palco.
PACIENTE – (deitada em cadeiras que formam um divã) Tudo começou na minha infância, sabe Doutora?
PSICÓLOGA – Entendo D. Maria...
PACIENTE – Meu pai me batia, minha mãe me batia, meu irmão me batia, minha vizinha me batia, meu cachorro me mordia...
PSICÓLOGA – Seu problema é um só D. Maria: SÍNDROME CANINA.
PACIENTE – Au, au! A senhora acha, Doutora? Au! Tem cura?
CORO – (todos os personagens) TCHã, TCHã, TCHã!!!
PSICÓLOGA – Adivinha!
JUIZ – (preso no palco) Um minuto de silêncio, logo irão pregá-la na cruz...
FOFOQUEIRA1 – (presa na platéia) Do que ela é culpada?
FOFOQUEIRA2 – (presa na platéia) Sei lá.
FOFOQUEIRA1 – (presa na platéia) Só sei que deve ser horrível...
FOFOQUEIRA 2 – (presa na platéia) Para ela ser condenada, coitada...
ESPOSA – (presa no palco, girando) Fumaça, fumaça, fumaça vermelha, fumaça.
JUIZ – (preso no palco) Então, qual é seu último desejo?
ESPOSA – (presa no palco) Voar, voar... Poder ver o mundo de cima, sentir o vento tocar meu rosto, voar como urubus em noite de festa, voar, voar e bater asas...
CENA 15
Presos na platéia.
PADRE – Então, se tem alguém que queira declarar alguma coisa para impedir esta comunhão de bens que fale agora ou...
AMANTE (homem) – (levanta no meio do público) Eu tenho...
CORO – (todos os personagens) OH...
PADRE – Pois não, pode falar...
AMANTE (homem) – Essa mulher é mãe do meu filho...
CORO – (todos os personagens) OH...
AMANTE (homem) – É isso mesmo, estou de oito meses... Essa cachorra me deixou prenho, eu mais meu irmão, ele também está grávido de seis meses.
CORO – (todos os personagens) OH...
NOIVA – É mentira... É tudo mentira...
CORO – (todos os personagens) OH...
NOIVA – Eu posso provar...
CORO – (todos os personagens) AH...
PADRE – O que você explica disso, D. Maria? Vamos lá, então prove?
CENA 16
Presos no palco.
PACIENTE – (deitada em cadeiras que formam um divã) Tudo começou na minha infância, sabe Doutora?
PSICÓLOGA – Entendo D. Maria...
PACIENTE – Meu pai me batia, minha mãe me batia, meu irmão me batia, minha vizinha me batia, meu cachorro me mordia...
PSICÓLOGA – Seu problema é um só D. Maria: SÍNDROME CANINA.
PACIENTE – Au, au! A senhora acha, Doutora? Au! Tem cura?
CORO – (todos os personagens) TCHã, TCHã, TCHã!!!
PSICÓLOGA – Adivinha!
CENA 17
Anda pela platéia, carregando um candelabro com velas acesas.
MÃE – FILHINHA, VOCÊ NÃO PODIA, FILHINHA. A MÃE PRECISA DE VOCÊ...
CENA 18
Presos na platéia se iluminam com lanternas.
ELA – Todo dia agora quando eu abrir os olhos, e vou ver esse buraco?
ELE – Talvez...
ELA – E nossa casa, ela era tão bonita, como a gente sempre sonhou.
ELE – Eu faço outra para você.
ELA – Eu não quero.
ELE – Eu também não.
ELA – Então é assim.
ELE – Será sempre assim?
ELA – Sim... Onde está nosso jardim?
ELE – O tempo comeu.
ELA – Onde está o tempo?
ELE – Está no relógio.
ELA – Onde está o relógio?
ELE e ELA – Sumiu, sumiu...
Anda pela platéia, carregando um candelabro com velas acesas.
MÃE – FILHINHA, VOCÊ NÃO PODIA, FILHINHA. A MÃE PRECISA DE VOCÊ...
CENA 18
Presos na platéia se iluminam com lanternas.
ELA – Todo dia agora quando eu abrir os olhos, e vou ver esse buraco?
ELE – Talvez...
ELA – E nossa casa, ela era tão bonita, como a gente sempre sonhou.
ELE – Eu faço outra para você.
ELA – Eu não quero.
ELE – Eu também não.
ELA – Então é assim.
ELE – Será sempre assim?
ELA – Sim... Onde está nosso jardim?
ELE – O tempo comeu.
ELA – Onde está o tempo?
ELE – Está no relógio.
ELA – Onde está o relógio?
ELE e ELA – Sumiu, sumiu...
CENA 19
Presos no palco.
Presos no palco.
PSICÓLOGA – Foi culpa dela?
PACIENT E – Dela quem, Doutora?
PSICÓLOGA – Sente-se aqui D. Maria e pense comigo: “João amava Teresa que amava Joaquim que amava, etc...”
PACIENTE – Entendo, entendo...
PSICÓLOGA – Sorria D. Maria, essa é a solução.
PACIENTE – Como assim?
PSICÓLOGA – Você amava um, depois outro e agora vai se casar com um terceiro...
PACIENTE – Sim?
PSICÓLOGA – Então?! No fundo do coração a senhora descobrirá um amor platônico por um único homem...
CORO – (todos os personagens) QUEM? QUEM? QUEM?...
PSICÓLOGA – Seu, seu... Cachorro.
PACIENT E – Dela quem, Doutora?
PSICÓLOGA – Sente-se aqui D. Maria e pense comigo: “João amava Teresa que amava Joaquim que amava, etc...”
PACIENTE – Entendo, entendo...
PSICÓLOGA – Sorria D. Maria, essa é a solução.
PACIENTE – Como assim?
PSICÓLOGA – Você amava um, depois outro e agora vai se casar com um terceiro...
PACIENTE – Sim?
PSICÓLOGA – Então?! No fundo do coração a senhora descobrirá um amor platônico por um único homem...
CORO – (todos os personagens) QUEM? QUEM? QUEM?...
PSICÓLOGA – Seu, seu... Cachorro.
CENA 20
Presos na platéia.
NOIVA – O senhor me entende agora, padre?
PADRE – Diante das circunstâncias, minha filha, declaro que essa comunhão de bens é, é...
Presos na platéia.
NOIVA – O senhor me entende agora, padre?
PADRE – Diante das circunstâncias, minha filha, declaro que essa comunhão de bens é, é...
CENA 21
Anda pela platéia, carregando um candelabro com velas acesas.
MÃE – FILHINHA, EU TINHA TANTOS PLANOS PARA VOCÊ, FILHINHA VEM CÁ...
CENA 22
Presos na platéia.
Anda pela platéia, carregando um candelabro com velas acesas.
MÃE – FILHINHA, EU TINHA TANTOS PLANOS PARA VOCÊ, FILHINHA VEM CÁ...
CENA 22
Presos na platéia.
NOIVA – O que, padre?
PADRE – Essa comunhão é, é... Sabe D. Maria, eu esqueci, mas tenha certeza: “Deus vai nos guiar”.
NOIVA – Para onde, padre?
PADRE – Essa comunhão é, é... Sabe D. Maria, eu esqueci, mas tenha certeza: “Deus vai nos guiar”.
NOIVA – Para onde, padre?
CENA 23
Sentados em cadeiras na platéia. São iluminados pelas lanternas dos outros personagens.
VELHO – Pelo paraíso, lá onde é claro, fresco, onde o ar tem perfume, onde a água tem sabor, onde os sonhos são reais... Talvez um dia poderemos estar lá.
VELHA – Demora.
VELHO – Sim.
VELHA – Você sabe onde fica?
VELHO – Logo ali na frente...
VELHA – Não consigo ver.
VELHO – Nem eu.
VELHA – Nós estamos cegos?
VELHO – Não sei.
VELHA – Eu vejo teu rosto. Você vê o meu?
VELHO – Vejo.
VELHA – É tudo tão estranho.
VELHO – Simples.
VELHA – O quê?
VELHO – A sombra que faz!
VELHA – Qual?
VELHO – Dorme.
VELHA – Durmo.
VELHO – Esquece.
VELHA – Esqueço. (Adormecem, um encostado no outro)
CENA 24
Presos na platéia.
ELA 4 – Ouve lá, parece que tem mais alguém aqui.
ELE 4 – Talvez.
ELA 4 – Vamos procurar?
ELE 4 - É melhor não.
ELA 4 - Por quê?
ELE 4 - Poderá ser um susto.
ELA 4 – Pisque boca.
ELE 4 – Feche ouvidos.
ELA 4 – Cala coração.
ELE 4 – Respira, respira...
ELA 4 – Em silêncio.
ELE 4 – Percebe, é o som do seu coração que canta, seu pulmão que chora, seu cérebro que fala...
ELA 4 – (ouve um barulho) É o telefone.
ELE 4 – É o despertador.
ELA 4 – Atende.
ELE 4 – Desliga.
ELA 4 – Liga.
ELE 4 – Desliga.
ELA 4 – Acaba.
ELE 4 – Acabo.
ELA 4 – Bom dia loucura!
ELE 4 – Boa tarde loucura!
ELA 4 – Boa noite loucura!
ELE 4 – Que loucura?!
ELA 4 – Quem é louco?
ELE 4 – Nós todos somos loucos...
Sentados em cadeiras na platéia. São iluminados pelas lanternas dos outros personagens.
VELHO – Pelo paraíso, lá onde é claro, fresco, onde o ar tem perfume, onde a água tem sabor, onde os sonhos são reais... Talvez um dia poderemos estar lá.
VELHA – Demora.
VELHO – Sim.
VELHA – Você sabe onde fica?
VELHO – Logo ali na frente...
VELHA – Não consigo ver.
VELHO – Nem eu.
VELHA – Nós estamos cegos?
VELHO – Não sei.
VELHA – Eu vejo teu rosto. Você vê o meu?
VELHO – Vejo.
VELHA – É tudo tão estranho.
VELHO – Simples.
VELHA – O quê?
VELHO – A sombra que faz!
VELHA – Qual?
VELHO – Dorme.
VELHA – Durmo.
VELHO – Esquece.
VELHA – Esqueço. (Adormecem, um encostado no outro)
CENA 24
Presos na platéia.
ELA 4 – Ouve lá, parece que tem mais alguém aqui.
ELE 4 – Talvez.
ELA 4 – Vamos procurar?
ELE 4 - É melhor não.
ELA 4 - Por quê?
ELE 4 - Poderá ser um susto.
ELA 4 – Pisque boca.
ELE 4 – Feche ouvidos.
ELA 4 – Cala coração.
ELE 4 – Respira, respira...
ELA 4 – Em silêncio.
ELE 4 – Percebe, é o som do seu coração que canta, seu pulmão que chora, seu cérebro que fala...
ELA 4 – (ouve um barulho) É o telefone.
ELE 4 – É o despertador.
ELA 4 – Atende.
ELE 4 – Desliga.
ELA 4 – Liga.
ELE 4 – Desliga.
ELA 4 – Acaba.
ELE 4 – Acabo.
ELA 4 – Bom dia loucura!
ELE 4 – Boa tarde loucura!
ELA 4 – Boa noite loucura!
ELE 4 – Que loucura?!
ELA 4 – Quem é louco?
ELE 4 – Nós todos somos loucos...
CENA 25
Presos na platéia.
LOUCA 1 – Porque loucura é estar vivo! É ter que engolir tudo aquilo que nos foi imposto.
LOUCA 4 – É sentir fome, medo, é viver está “liberdade”, preso a regras e decisões, em que nunca fomos questionados...
LOUCA 3 – Ser louco é apreciar coisas pequenas...
LOUCA 1 – É amar e se entregar a esse amor...
LOUCA 4 – Sim somos todos loucos, pois loucos são aqueles que fazem aquilo que lhe dão prazer.
LOUCA 3 – Enquanto outros não conseguem encontrar a si mesmos.
LOUCA 4 – E pensar que existem loucos que se preocupam com nossas vidas sem saber que existe vida na loucura.
Presos na platéia.
LOUCA 1 – Porque loucura é estar vivo! É ter que engolir tudo aquilo que nos foi imposto.
LOUCA 4 – É sentir fome, medo, é viver está “liberdade”, preso a regras e decisões, em que nunca fomos questionados...
LOUCA 3 – Ser louco é apreciar coisas pequenas...
LOUCA 1 – É amar e se entregar a esse amor...
LOUCA 4 – Sim somos todos loucos, pois loucos são aqueles que fazem aquilo que lhe dão prazer.
LOUCA 3 – Enquanto outros não conseguem encontrar a si mesmos.
LOUCA 4 – E pensar que existem loucos que se preocupam com nossas vidas sem saber que existe vida na loucura.
CENA 26
Presos na platéia.
Presos na platéia.
ELA 4 – Existe sonho.
ELE 4 – Ouçam o canto.
ELA 4 – Essa é a hora.
CORO – (todos os personagens) Porque a loucura, a loucura vai bem, muito bem, obrigado!
ELE 4 – Ouçam o canto.
ELA 4 – Essa é a hora.
CORO – (todos os personagens) Porque a loucura, a loucura vai bem, muito bem, obrigado!
CENA 27
MÃE - FILHINHA MAMÃE TE AMA, EU PRECISO DE VOCÊ, FIZ TANTOS PLANOS, FILHINHA... (sobe no palco) Olhei por todos os lados. Andei, procurei. Dias, meses, anos de caminhada a procura de não sei o que. Quando tentei olhar eu não vi. Quando busquei amor, eu somente o perdi, me disseram algo sobre felicidade, mas tudo no que acreditei sumiu, desapareceu, como desenhos no chão. E quanto mais procurava mais distante me sentia estar. Hoje, quando olho no espelho sei que tudo eu pude viver, quando fui triste ou feliz, quando me perdi e procurei encontrar, quando me disseram, loucura menina, deixe estar, temos que viver, temos que continuar, mas tenham certeza, tudo o que eu ou vocês possam procurar, tudo de bom e de mal estará sempre dentro de nós mesmos.
FIM
MÃE - FILHINHA MAMÃE TE AMA, EU PRECISO DE VOCÊ, FIZ TANTOS PLANOS, FILHINHA... (sobe no palco) Olhei por todos os lados. Andei, procurei. Dias, meses, anos de caminhada a procura de não sei o que. Quando tentei olhar eu não vi. Quando busquei amor, eu somente o perdi, me disseram algo sobre felicidade, mas tudo no que acreditei sumiu, desapareceu, como desenhos no chão. E quanto mais procurava mais distante me sentia estar. Hoje, quando olho no espelho sei que tudo eu pude viver, quando fui triste ou feliz, quando me perdi e procurei encontrar, quando me disseram, loucura menina, deixe estar, temos que viver, temos que continuar, mas tenham certeza, tudo o que eu ou vocês possam procurar, tudo de bom e de mal estará sempre dentro de nós mesmos.
FIM
Um comentário:
Eu participei dessa peça! Em sua primeira encenação... Bons tempos... Saudades
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